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domingo, 31 de julho de 2016

Caminho da Elevação

Se aspirar a servir, alma querida,
Não deixes de aprender, ante as lições da vida.

Lenha para expulsar o frio que há lá fora,
Converte-se na chama que a devora.

Ouro para vencer em prestígio e valor,
Sofre a depuração, sublimado em calor.

Para chegar de longe, e atender-nos, de todo,
Muita fonte atravessa imensidões de lodo.

Tronco para formar refúgio organizado,
Padece a intromissão da serra e do machado.

Se procuras também, a benção de elevar-te,
Esquece-te amparando o mundo em qualquer parte.

Quem procure por Deus aceite por dever
Trabalhar e servir, suportar e esquecer.


Autora: Maria Dolores

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Berço e Mãe

Prosseguindo, Senhor, nos teus caminhos,
Em que a tua bondade nos conduz,
Deixa-me agradecer-te o berço generoso
Que me cedeste, um dia, ao anseio de luz.

Esse é o brinde mais belo que conservo
Nos meus ricos tesouros da lembrança,
Porquanto foi no mundo, Amado Amigo,
Que te encontrei o amparo sem mudança.

Em criança de colo, ante uma tela antiga,
Pela fé, minha mãe, me pedia te olhar:
"Fala, filha, quem é?...e eu dizia "Jesus!..."
E nunca me esqueci dessa benção do lar.

Depois, saí à luta, ao trabalho da escola,
A vida era lição, de instante para instante,
Mas foste sempre em mim, por toda parte,
O invisível pastor e o socorro incessante.

Senhor, tu que venceste o tempo e a morte,
Segues hoje conosco, dia-a-dia,
E te fazes clarão, hora por hora,
Nutrindo-nos no peito a força que nos guia.

É por isso, Jesus, que te relembro,
A fim de agradecer-te, estejas onde estejas,
Repetindo a cantar, na pauta da esperança:
"Sê bendito, Senhor!...Louvado sejas!..."


Autora: Maria Dolores

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Benção do Céu

Conta uma lenda antiga que o Senhor
Veio à Terra formada, certo dia...
Com tamanhos recursos a dispor,
O Planeta sentia
Necessidade de instrução e amor.

Espíritos humanos, aos milhares,
Vagueavam sonâmbulos no solo;
E embora sob a luz dos gênios tutelares,
Do campo imenso ao íntimo dos mares
Viviam em distúrbio, pólo a pólo.

Falta a ordem para os elementos,
Mas o Senhor agindo com presteza,
Fez a organização da Natureza,
A envolver toda a Terra na grandeza
Dos seus altos e sábios pensamentos.

Coube ao Sol a missão de sustentar a vida,
Atravessando alturas sem vencê-las;
E, para refazer cada existência em lida,
A noite recebeu a paz indefinida,
Asserenando o mundo ao clarão das estrelas.

Foi entregue o limite às linhas do horizonte,
As árvores florindo em campo aberto
Deram-se à produção de valores em monte;
Depois, encarregou-se a bondade da fonte
De fecundar o chão e amparar o deserto.

A ovelha improvisou os fios do agasalho,
Reclamou-se da abelha o favo suculento,
Inventou-se a bigorna para o malho,
Tudo era disciplina, harmonia e trabalho
Que o Senhor dirigia calmo e atento.

Mas os seres dotados de razão
Espalharam-se em grupos sobre a Terra...
Inteligências sob o orgulho vão,
Separaram-se em muros de ambição
E criaram a dor, a violência e a guerra.

Vendo o ódio crescer, de segundo a segundo,
O Senhor os guiou à experiência nova;
Deu-lhes doce prisão em corpos sobre o mundo,
Para terem, por si, a paz do amor profundo
Pelas tribulações e lágrimas da prova.

Notando-lhes, porém, as blasfêmias e os brados
De sofrimento e desesperação,
Viu que na condição de seres encarnados,
Quase todos espíritos culpados,
Exigiam carinho e proteção.

Quem seria capaz de tamanha bravura?
Doar-se sem pedir? Amparar sem prender?
Quem seria, afinal? Onde a criatura,
Cuja afeição se erguesse, até mesmo à loucura,
Achando a luz no caos, a sorrir e a sofrer?

O Senhor meditou, meditou... Em seguida,
Separou certa jovem dentre os réus,
Revestiu-a do amor sem sombra e sem medida...
A primeira mulher se fez mãe para a vida
E o homem se acalmou ante a bênção do Céu.


Autora: Maria Dolores