Sofre
pregado à cruz o Inesquecível Mestre,
Lembrando
quanto viu na jornada terrestre.
Vê-se menino
a arguir os sábios da cidade,
Mostrando a
inteligência a brilhar na humildade.
Mentaliza
Canaã, onde aumenta a alegria
Na formação
de um lar que nunca possuiria.
Recorda
irmãos na fé, quais Pedro, João, Tiago,
E os amigos
fiéis às pregações do lago.
Passa por
privações sem que a dor o esmoreça,
Não tem uma
só pedra em que apoie a cabeça.
Lembra o
deserto hostil... Na prece em que se enleva,
Ensina paz e
fé às legiões da treva.
Revê a
multidão que o respeita e acompanha,
Quando
transmite a Terra o Sermão da Montanha.
Vê lugar por
lugar, nos longes a que Isa,
Espalhando a
bondade, o socorro, a alegria...
Mas agora,
na cruz, amargurado e pasmo,
Escuta
palavrões de ironia e sarcasmo...
E diz,
sentindo o fel que as injúrias lhe trazem:
-
“Perdoa-lhes, meu Pai!... Não sabemos o que fazem!...”.
Ele que se
entregara à caridade inteira,
Faz do
perdão mais luz na aula derradeira.
É que todo perdão,
sem queixa e sem medida,
É conquista
de Paz nos problemas da Vida.
Autor: Maria
Dolores
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