Enquanto a
glória do Natal se expande,
Na alegria
que explode e tumultua,
Lembra o
Divino Amigo, além, na rua...
E repara a
miséria escura e grande.
Aqui, reina
o Palácio do Capricho,
Que a
louvores e júbilos se entrega,
Onde a prece
ao Senhor é surda e cega,
E onde o pão
apodrece sobre o lixo.
Ali,
ergue-se a Casa da Ventura,
Que guarda a
fé por fúlgido tesouro,
Onde a
imagem do Cristo, em prata e ouro,
Dorme
trancada em cárceres de usura.
Além, é o
Ninho da Felicidade,
Que recorda
Belém, cantando à mesa,
Mas, de
portas cerradas à tristeza,
Dos que
choram de dor e de saudade.
Mais além,
clamam sinos com voz pura:
- «Jesus
nasceu! » - o Templo dos Felizes,
Que não se
voltam para as cicatrizes,
Dos que
gemem nas chagas de amargura...
Adiante, o
Presépio erguido em trono,
Louva o Rei
Pequenino e Solitário,
Olvidando os
herdeiros do Calvário,
Sobre as
cinzas dos catres de abandono.
De quando em
quando, o Mestre, em companhia,
Daqueles que
padecem sede e fome,
Bate ao
portal que lhe relembra o nome,
Mas em
resposta encontra a noite fria.
E quem
contemple a Terra que se ufana,
Ante o doce
esplendor do Eterno Amigo,
Divisará, de
novo, o quadro antigo:
- Cristo
esmolando asilo na alma humana.
Natal!... O
mundo é todo um lar festivo!...
Claros
guizos no ar vibram em bando...
E Jesus
continua procurando,
A humilde
manjedoura do amor vivo.
Natal! Eis a
Divina Redenção!...
Regozija-te
e canta, renovado,
Mas não
negues ao Mestre desprezado,
A estalagem
do próprio coração.
Médium:
Chico Xavier - Espírito: Carmen Cinira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário