A fim de não
descermos, alma boa,
A
considerações frias e cegas,
Lembra, no
culto da beneficência,
O tesouro de
bênçãos que carregas.
Usando as
mãos tão ágeis quanto livres,
Sem
quaisquer embaraços,
Pensa na
provação dos companheiros
Que caminham
sem braços.
Em
contemplando céus, estrelas, flores,
Sem notar
que a visão é um dom de luz que levas,
Fita os
irmãos que trazem sobre os olhos
Duas vendas
de trevas.
Manejando a
palavra que te exprime
E com que
prendes tanto quanto estudas,
Medita na
extensão das outras vozes
Inibidas ou
mudas.
Ante os
seres queridos
Que te
ofertam amor e que estimas amar,
Anota,
coração, os que varam a vida
Sem um pouso
por lar.
Envolvendo
em conforto um filho amado
Que recolhes
por laço predileto,
Reflete nos pequenos
desprezados
Que padecem
na rua a carência de afeto.
Enquanto a
fé te ampara e abençoa a alegria,
Lutes, de
estrada a estrada, muito embora,
Encontras
tanta gente arrasada de angústia,
Tanta gente
que chora!...
Enumera as
vantagens que desfrutas
E escuta,
alma querida, o convite de alguém
É o Cristo
que aguarda o concurso fraterno
Para
estender no Mundo a construção do Bem.
Autor: Maria
Dolores
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