Vejo-lhes,
muita vez, os grupos rumorosos...
Rogam
socorro a Deus, em suplício profundo.
Querem
renascimento, a fim de se esquecerem
Da culpa que
os mantém presos ao chão do mundo.
Espíritos no
Além que passaram na Terra,
Estendendo a
ambição e o domínio sem peias,
Recolhem, de
retorno, as obras que fizeram,
Plantando
espinheiras nas estradas alheias.
Suplicam
renascer, em extrema penúria,
Pedem
expiação que os corrija e reprima,
Rogam corpos
em chaga, ostracismo e abandono
Com a perda
integral de toda a humana estima.
Imploram
regressar em condições amargas,
Anelam
revelar na luta que lhes doa
A nova
compreensão de quem se emenda e sofre,
Bendizendo o
infortúnio em que se aperfeiçoa...
O Senhor
lhes concede a bênção suplicada
E ressurgem
na Terra, entre almas sofridas,
Devem buscar
na paz, no amor e na humildade
A força de
apagar os erros de outras vidas...
Conquanto as
exceções, no entanto novamente,
Crescendo
para o mundo em sombras de ilusão,
Ei-los a
repetir equívocos de outrora,
Rebeldia,
vaidade, orgulho, ostentação...
Não escutam
a fé que lhes pede trabalho
Na
obediência à luz que lhes vem da rotina,
E a vasta
multidão se transvia em protestos,
Complica-se
a gritar, padece, desatina...
Atentos ao
passado a que se voltam,
Tentam fugir
de Deus que os ampara e os escolta...
Pobres seres
que varam vida e tempo
Entre o frio
da treva e o fogo da revolta!
Alma
querida, escuta! Se na Terra
A provação é
sombra que te alcança,
Não temas...
É o pretérito de volta...
O presente
aflitivo é a nossa própria herança...
Sofre sem
reclamar, serve, prossegue...
Além da
própria angústia, alma sincera,
Encontrarás,
chorando de alegria,
A luz da
vida nova que te espera...
Autoria:
Maria Dolores
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