Alma
querida, à vezes, no caminho,
Indagas a
chorar, de coração sozinho,
Como
atingir, por fim, o Lar Celeste,
Pelas
ásperas sendas do dever...
Também eu
mesma isso interroguei à vida
Em caminhada
longa e indefinida,
E hoje posso
afirmar-te,
De alma
fortalecida,
Que a vida
me informou, em toda parte:
- Se
quiseres vencer
Eleva-te,
louvando as pedras da subida,
Procurando
servir, ajudar e esquecer.
Por isso,
perguntei ao coração da rosa
Como
aguentar, tão linda e cetinosa,
Os espinhos
cruéis que vira nascer
E a rosa me
explicou que Deus a estruturara
Num misto de
perfume, brilho e cores
Para mostrar
que as dores,
Quando bem
suportadas,
São lâminas
e pontas aguçadas,
Lembrando
espinhos produzindo flores;
E, portanto,
devia,
Desabrochar
e agradecer,
Deixar-se
decepar, entregar-se e esquecer...
Fui ao campo
e indaguei de uma enorme pedreira
Como tolera
sem que grite
Assaltos de
martelo e dinamite
Sem jamais
se ofender...
Ela disse
que a fim de oferecer aos homens
Moradia
segura, forte e alegre,
É indispensável
que se desintegre,
E, por esta
razão, lhe compete saber
Aceitar o
progresso, ajudar e esquecer.
Fui
consultar os rios, fui às fontes
E perguntei
por que motivo,
Sendo as
águas sustento do homem vivo,
Tão somente
no chão poderiam correr...
E todos
responderam com bondade
Que a missão
do auxílio ao mundo todo,
Precisam
abraçar o anonimato e o lodo,
Aceitando
viver, em baixo nível
Para
estender na Terra o conforto possível,
Cabendo-lhes,
assim, compreender,
Perdoar e
servir, ajudar e esquecer...
Desse modo,
igualmente, alma fraterna e boa,
Por mais que
o mal nos fira e a provação nos doa,
Qual se um
punhal de fel nos arrasasse o ser,
Não te
percas do amor, na aflição que te invade...
À lei divina
da felicidade
Será sempre
servir, amparar e esquecer.
Autora:
Maria Dolores
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