Certa mulher
sofrida no trabalho
E que agia
tão-só na prática do bem,
Teve, um
dia, saudade de Jesus
E passou a
viver concentrada no Além.
Muito tempo,
lutara dia-a-dia,
Vencendo
sombra, empeço, tentação,
Servira a
muita gente, mas supunha
Que todo o
longo esforço houvera sido vão.
Trazia os
pés feridos, indagando
Se a Terra
não seria estranho espinheiral,
Conquanto a
fé a acalentasse o peito,
Declarava
temer a vitória do mal.
Suportara,
sem mágoa, ingratidões e golpes,
Entretanto, cansara-se,
por fim,
Queria agora
a paz do Lar Celeste,
Sonhava
entrar em fulgido jardim ...
Desejava
esquecer a tristeza e a fadiga,
A poeira do
mundo e a cinza do pesar,
Suplicava a
Jesus lhe concedesse,
O caminho do
Além e o dom de descansar.
Jesus, porém,
um dia, veio e disse: –
"Enquanto
houver na Terra algum sinal de dor,
Estarei,
entre os homens, trabalhando
Para a
Bênção de Deus, em tarefas de amor.
Mas se
queres partir, segue adiante,
Busca os
sóis da Divina Primavera,
Construíste,
lutaste, padeceste,
Conquistaste
o repouso, a Paz te espera."
Mas aquela
que ouvira o Cristo Amado,
Não mais
pensou no Céu, nem no Porvir,
E, se
seguindo a Jesus, achou na própria Terra
A alegria de
amar e o prazer de servir.
Autora:
Maria Dolores
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