Perguntas,
muitas vezes, de alma dolorida,
Ante as
tribulações e os empeços da vida,
Que caminho
tomar...
E surge
tanta dor, sem que percebas de onde,
Que ouves
somente a fé que te apoia e responde:
Trabalhar,
trabalhar...
Entretanto,
não chores, nem te aflijas,
A senda do
progresso é de calçadas rijas,
Duras de
atravessar.
Esquece-te,
prossegue e ouvirás com certeza
A mensagem
de luz da natureza:
Trabalhar,
trabalhar...
Fita o
machado bronco e o mato inculto,
Cada golpe no
campo lembra insulto
Mas, no
mesmo lugar,
O lavrador
amigo e diligente
Traz ao solo
o convite da semente:
Trabalhar,
trabalhar...
Dizem que
toda fonte estimaria
Viver
centralizada na harmonia
Da nascente
a sonhar,
No entanto,
a lei lhe pede olvidar-se, de todo.
E ela corre
cantando, ao varar pedra e lodo:
Trabalhar,
trabalhar...
Tudo seria
mágoa e tristeza no mundo,
Se a vida
persistisse em descanso infecundo,
Dramatizando
treva, amargura, pesar...
Por isso,
cada noite espera novo dia
E o Sol
brada no Azul a canção da alegria:
Trabalhar,
trabalhar...
Assim
também, alma querida, escuta:
Quem se
consagra ao bem, quem constrói
e quem luta,
Procurando o
melhor a servir e esperar,
Bendiz todas
as provas, ao vence-las,
Ouvindo a
voz dos Céus, através das estrelas:
Trabalhar,
trabalhar...
Autora:
Maria Dolores
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