Vimos a
Caridade,
Um anjo a
visitar antiga furna...
Irradiava
amor
E,
dissipando, em torno, a escuridão noturna,
Fitava o
Céu, dizendo ao Supremo Senhor!
- Agradeço,
meu Deus, as almas escondidas,
No
espinheiral do sofrimento
Que me deste
a zelar,
Os corações
sem sol, as derradeiras vidas
Nas fileiras
da prova, aos arrancos do vento,
Que avançam
sem destino, à distância do lar!
Agradeço o
trabalho entre os irmãos do mundo,
Que
endereças-te a mim, quando rolaram fundo
Nos
precipícios da desilusão...
Porque
aprendo com eles quando dói,
A loucura da
inércia que destrói
Tudo o que
prestigia o coração!
Agradeço os
enfermos das calçadas,
As mães
sozinhas e desamparadas,
Em constante
aflição para sobreviver,
As crianças
sem rumo e os pedintes sem nome,
A imensa
multidão que a penúria consome,
Para a qual
a existência é sempre o anoitecer...
Agradeço-te,
oh! Pai, os braços de carinho
Que me
puseste no caminho,
Que se
olvidam no bem – no bem que não se cansa –
Que me apoiam
a luta dia-a-dia,
Transformando-se
em luz para a noite sombria
Em que devo
espalhar reconforto e esperança...
Sê louvado,
meu Deus, pelos talentos nobres
Da Ciência e
da Arte em que te cobres
Para que o mundo
cinja o esplendor estelar...
Mas perante
a ampliação da Grandeza Celeste,
Sê bendito,
Senhor, porque me deste
A dor da
Terra para minorar...
Nisso,
ouvimos alguém de próxima choupana...
Era triste
mulher na cruz da prova humana,
A suplicar,
em prece, alívio e proteção...
Calou-se a
Caridade e abeirando-se dela,
Envolveu a
doente em luz serena e bela,
Dando-lhe
paz e fé nas bênçãos da oração...
De imediato,
A dor fez-se
esquecida
E entendemos
então
Com
reverência enternecida,
- Nós que
também buscamos
Apoio em
devotados cireneus,
Que a
Caridade é sempre em nossa vida,
A notícia
real da presença de Deus.
Autora:
Maria Dolores
Nenhum comentário:
Postar um comentário