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terça-feira, 15 de setembro de 2020

Paz em Caminho


“Tempos difíceis!... Época de lutas!...”
Dizes guardando na alma a luz acesa
Da análise que vem da madureza
Que o tempo te ensinou a registrar!...
Nesses amplos conflitos da existência,
Embora os desencantos do caminho,
Eis que o Céu te aconselha ao peito em desalinho:
- Perdoar, perdoar...

Companheiros terão mudado a senda,
Olvidando-te a fome de ternura,
Sem notar a dor que te tortura,
Ao senti-los descendo de lugar;
Choras almas queridas que te esquecem,
Perseguindo o prazer ruidoso e vão,
Mas a vida te pede ao coração:
-Perdoar, perdoar...

Quantos amigos vês, trocando de fé,
Por negação que as faltas lhes encobre,
Quantas almas geniais de sentimento pobre
Que te procuram desencorajar!...
As horas, entretanto, vão passando
E o tempo resguardando a antevisão de tudo,
Roga-te na função de mestre mudo:
- Perdoar! Perdoar!...

Não te isoles. Prossegue trabalhando
Na tarefa de amor que te eleva e te apura,
Quantos se dão à sombra da ventura,
Não encontram senão ânsia e pesar!...
Age, fazendo o bem... Caminha e continua...
Para seguir Jesus, estrada adiante,
A própria Lei de Deus nos lembra a cada instante:
- Perdoar! perdoar.

Autora: Maria Dolores

terça-feira, 1 de setembro de 2020

Peregrinação


Sofres, alma querida, os contratempos
Do dever a cumprir... O anseio, a prova,
O medo, a incompreensão, a insegurança...
E solas-te no lar, cuja paz te renova.

Quando a tristeza te procure a vida,
Não te acomodes sob o desalento...
Ouve os irmãos do mundo que te buscam,
Marcados de fadiga e sofrimento.

Venho de minha ronda costumeira...
Numa choça de latas e bagaços,
Vi pobre mãe, a sós, ninando em pranto
Um filho morto nos seus próprios braços.

Num telheiro a cair, encontrei um velhinho...
Ele viu-me e falou em voz sumida e mansa:
- “Moça, eu estou morrendo a pedir quem me faça
Uma prece de paz e de esperança...”.

Mais adiante, achei um hanseniano amigo
Que, em me vendo, clamou: “Minha irmã, por quem és,
Dá-me água, por Deus! Já não mais me equilibro!...
Quero buscar o poço e caíram-me os pés...”“.

Logo após, descobri triste mulher enferma,
Erguendo, quase morta, a seguinte oração:
- “Meu Deus, além do amparo que me enviar,
se possível, Senhor, dá-me a bênção de um pão...”“.

Por isso, coração, não te dês à amargura,
Esquece-te a servir, sem perguntar a quem...
O Cristo que buscamos nos espera,
Entre leiras de amor, na plantação do bem.

Autora: Maria Dolores