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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

VERSOS DE NATAL

Enquanto a glória do Natal se expande,
Na alegria que explode e tumultua,
Lembra o Divino Amigo, além, na rua...
E repara a miséria escura e grande.

Aqui, reina o Palácio do Capricho,
Que a louvores e júbilos se entrega,
Onde a prece ao Senhor é surda e cega,
E onde o pão apodrece sobre o lixo.

Ali, ergue-se a Casa da Ventura,
Que guarda a fé por fúlgido tesouro,
Onde a imagem do Cristo, em prata e ouro,
Dorme trancada em cárceres de usura.

Além, é o Ninho da Felicidade,
Que recorda Belém, cantando à mesa,
Mas, de portas cerradas à tristeza,
Dos que choram de dor e de saudade.

Mais além, clamam sinos com voz pura:
- «Jesus nasceu! » - o Templo dos Felizes,
Que não se voltam para as cicatrizes,
Dos que gemem nas chagas de amargura...

Adiante, o Presépio erguido em trono,
Louva o Rei Pequenino e Solitário,
Olvidando os herdeiros do Calvário,
Sobre as cinzas dos catres de abandono.

De quando em quando, o Mestre, em companhia,
Daqueles que padecem sede e fome,
Bate ao portal que lhe relembra o nome,
Mas em resposta encontra a noite fria.

E quem contemple a Terra que se ufana,
Ante o doce esplendor do Eterno Amigo,
Divisará, de novo, o quadro antigo:
- Cristo esmolando asilo na alma humana.

Natal!... O mundo é todo um lar festivo!...
Claros guizos no ar vibram em bando...
E Jesus continua procurando,
A humilde manjedoura do amor vivo.

Natal! Eis a Divina Redenção!...
Regozija-te e canta, renovado,
Mas não negues ao Mestre desprezado,
A estalagem do próprio coração.


Médium: Chico Xavier - Espírito: Carmen Cinira.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Além da Noite

Dos corações clamando agonia e desterro
Cai o orvalho do pranto em fel da desventura...
A saudade a chorar dita a rota do enterro,
Mas o túmulo em si é breve noite escura...

Espírito é sol no corpo, — escrínio perro,
Joia viva a brilhar além da sepultura,
Luz ativa a esmorecer, sob a lama do erro,
Ou cresce a refulgir, se ascende bela e pura.

Onde vá, todo ser caminha lado a lado.
Da luz que exprime sempre o amor profundo e ardente
Ou da sombra que em tudo é tenebroso mito,

A deixar cada dia o crisol do passado,
Vai e vem a sofrer, no esmeril do presente,
Para estampar-se, enfim, nos troféus do Infinito!


Autor: Félix Pacheco