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terça-feira, 31 de maio de 2016

Ante o Próximo

Ao coração da vida

E o coração da vida obedecendo a Lei

Respondeu com voz clara e decidida:

Olha em redor de ti, onde o dever te leve

Do espaço livre e amplo à senda estreita e breve.


Fita em teu próprio lar:

É teu pai, tua mãe, teu irmão, teu parente,

E mais alguém do Grupo familiar,

É o vizinho piedoso e intransigente,

É o mendigo a esmolar que te visita a porta,

O amigo suscetível de amparar-te

É aquele que padece


Privação ou problema em qualquer parte.

É aquele que te esquece

E o outro que te humilha,

A esconder-se no outro em que se alteia e brilha

Para depois cair quando se desilude.


É aquele que se faz bandeira da virtude,

E o outro que te apoia ou te faz concessões.

É aquele que te furta o lugar e o direito

Alimentando a sombra do despeito

Sem que te saiba ver as intenções.


É a mulher que te guia para o bem

E a outra que atravessa as áreas de ninguém

Avinagrando corações...


O próximo, afinal, seja onde for,

Será sempre a criatura

Que te busca onde estás

Procurando por ti o socorro da paz,

Rogando-te bondade, amparo e compreensão

Amizade e calor


Dando-te o nobre ensejo,

De seguir para a luz na presença do amor.

E posso sem o próximo viver? - perguntei comovida

E disse novamente o coração da vida:


Acende sem cessar a luz do Bem,

Trabalha, serve, crê, chora, sofre e auxilia...

Sem o próximo em tua companhia

Nunca será alguém.


Maria Dolores

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Alimento e Vida

Disse Jesus na Terra; "Eu sou o pão da vida".
E ansiando seguir os passos do Senhor,
Quis ser, de minha parte, a migalha sem nome
De algo que alimentasse a estranha fome
Dos que morrem no mundo à carência de amor.

Indaguei do mentor que me assistia,
Quanto à ideia de que me via presa
E ele apenas me disse: "Se procuras
Nutrir o coração das criaturas,
Ouve as informações da Natureza".

Interroguei a Terra e a Terra falou calma;
"Para a manutenção dos seres que acalanto
Preciso tolerar enxadas e tratores
E abrir-me em golpes dilaceradores
Sem que ninguém me veja o sofrimento ".

Velho tronco explicou-me; "Vivo ao tempo,
Trabalhando sem perda de minutos,
Renovo o ar, produzo fartamente,
Mas padeço agressões de muita gente,
Sem que eu possa contar meus próprios frutos".

Entrevistando o Trigo, ei-lo a dizer-me:
- "Devo entregar-me sem explicação
Á mó que me constringe e me tritura,
Fazendo-me farinha clara e pura,
Que assegure na mesa o júbilo do pão".

Em tudo achei no alento para a vida
O extremo sacrifício em constante processo,
Plantas gemendo em todos os instantes
E óleo a queimar-me em máquinas gigantes,
Sustentando a energia do progresso.

Reconheci então ser preciso esquecer-me,
Apagar-me ao servir, alegrar-me na dor,
Aprender humildade, aparar sem barulho
E despojar-me, enfim, de todo o humano orgulho
Para ser luz e paz, auxílio e amor.


Maria Dolores