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sábado, 15 de abril de 2017

Agradecimento

Agradeço, alma irmã, o clima da alegria
A que a tua bondade nos conduz
Os brindes de ternura que nos deste
E as palavras de luz.

Agradeço-te o campo de trabalho
Em que me renovaste a noção de valor,
Fizeste-me enxergar em minha própria vida
A fonte de serviço a meu dispor.

Agradeço o remédio que me estendes
Para que eu possa agir,
Sendo mais forte para ser mais útil
Em demanda ao porvir

Agradeço o ambiente em que me acolhes
Onde aprendo a servir e onde posso cantar,
Resguardando-me, em tudo, o júbilo bendito,
De que me encontro no meu próprio lar!...

Mas, acima de tudo, alma querida,
Estou feliz porque me deste as mãos
Fazendo-me sentir que a luz do amor existe
E que na luz do amor todos somos irmãos.


Autora: Maria Dolores

sábado, 1 de abril de 2017

A Ponte de Luz

Terminara Jesus a prédica no monte.
Nisso, o apóstolo Pedro aproxima-se
E diz-lhe: "Senhor, existe alguma ponte,
Que nos conduza ao Alto, ao Céu que brilha muito acima?
Conforme ouvi de tua própria voz,
Sei que o Reino do Amor está dentro de nós...
Mas deve haver, no Além, o País da Beleza,
Mais sublime que o Sol, em fulgor e grandeza...
Onde essa ligação, Senhor, esse divino acesso?

Jesus silenciou, como entrando em recesso,
Da palavra de luz que lhe fluía a jorro...
Circunvagou o olhar pelas pedras do morro,
E, depois de comprida reflexão,
Falou ao companheiro: - "Ouve, Simão,
Em verdade, essa ponte que imaginas,
Existe para a Vida Soberana,
Mas temos de atingi-la por estrada,
Que não é bem a antiga estrada humana."

- "Como será, Senhor, esse caminho?"
Tornou Simão a perguntar.
E Jesus respondeu sem hesitar:
- "Coração que a escolha, às vezes, vai sozinho,
E quase que não tem
Senão renúncia e dor, solidão e amargura...
E conquanto pratique e viva a lei do bem,
Sofre o assédio do mal que o vergasta e procura
Reduzi-lo à penúria e ao desfalecimento.
Quem busca nesta vida transitória,
Essa ponte de luz para a eterna vitória,
Conhecerá, de perto, o sofrimento,
E há de saber amar aos próprios inimigos,
Não contará percalços nem perigos,
Para servir aos semelhantes,
Viverá para o bem a todos os instantes,
E mesmo quando o mal pareça o vencedor,
Confiando-se a Deus, doará mais amor...
E ainda que a morte, Pedro, se lhe imponha,
Na injustiça ferindo-lhe a vergonha,
Aceitará pedradas sem ferir,
Desculpará injúria e humilhação,
Se deseja elevar o coração
À ponte para o Reino do Porvir..."

Alguns dias depois, o Cristo flagelado,
Entregue à própria sorte
Encontrava na cruz o impacto da morte,
Silencioso, sozinho, desprezado...

Terminada que foi a gritaria
Da multidão feroz naquele dia,
Ante o Céu anunciando aguaceiro violento,
Pedro foi ao Calvário, aflito e atento,
Envergando disfarce...
Queria ver o Mestre, aproximou-se,
Para sentir-lhe o extremo desconforto...

Simão chorou ao ver o Amigo morto.

E ao fitá-lo, magoado, longamente,
Ele ouviu, de repente,
Uma voz a falar-lhe das Alturas:
- "Pedro, segue, não temas, crê somente!...
Recorda os pensamentos teus e meus...
Esta cruz que me arrasa e me flagela
É a ponte que sonhavas, alta e bela,
Para o Reino de Deus."


Autora: Maria Dolores