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quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Cantiga do Perdão

Não te iludas, amigo,
Por mais se expandam lágrimas contigo,
Todo lamento é vão...

Tudo o que tende para a perfeição,
Todo o bem que aparece e persiste no mundo
Vive do entendimento harmônico e profundo,
Através do perdão...

Perdão que lembra o sol no firmamento,
Sem se fazer pagar pelo foco opulento,
A vencer, dia-a-dia,
A escuridão da noite insondável e fria
E a nutrir, no seu longo itinerário,
O verme e a flor, o charco e o pó, o ninho e a fonte,
De horizonte a horizonte,
Quanto for necessário;

Perdão que nos destaque a lição recebida
Na humildade da rosa,
Bênção do céu, estrela cetinosa,
Que, ao invés de pousar sobre o diamante,
Desabrocha no espinho,
Como dizer que a vida,
De caminho a caminho,
Não despreza ninguém,
E bela, generosa, alta e fecunda,
Quer que toda maldade se transfunda
Na grandeza do bem...

Perdão que se reporte
À brandura da terra pisoteada,
Esquecida heroína de paciência,
Que acolhe, em toda parte, os detritos da morte,
E sustenta os recursos da existência,
Mãe e escrava sublime de amor mudo,
Que preside, em silêncio, ao progresso de tudo!...

Amigo, onde estiveres,
Assegura a certeza
De que o perdão é lei da Natureza,
Segurança de todos os misteres.

Perdoa e seguirás em liberdade
No rumo certo da felicidade,
Nas menores tarefas que realizes,
Para lembrar sem sombra os instantes felizes.

Na seara da luz,
Na qual a Luz de Deus se insinua e reflete,
É forçoso exercer o ensino de Jesus
Que nos manda perdoar
Setenta vezes sete Cada ofensa que venha perturbar
O nosso coração.

Isso vale afirmar,
Na senda de ascensão,
Que, em favor da vitória,
A que aspiras na luta transitória,
É mais do que importante, é essencial,
Que te esqueças, por fim, de todo mal!...

E que, em tudo, no bem a que te dês,
Seja aqui, mais além, seja agora ou depois,
Deus espera que ajudes e abençoes,
Compreendendo, amparando e servindo outra vez!...


Autora: Maria Dolores

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Confidência

Se eu pudesse, Jesus,
Desejava esquecer
A minha imperfeição,
A fim de ser contigo,
Onde houvesse aflição,
O suave calor
Do braço terno e amigo
Que derrame esperança em todo o sofrimento
De modo que, na Terra,
Ninguém padeça em vão.

Queria ser
Uma chama de fé, ao longo do caminho,
Um pingo de bondade a descer persistente
Sobre a rocha do mal em que a treva se fez,
Queria ser migalha de conforto
A todo o coração que esta sozinho,
Proteção a orfandade,
Companhia a viuvez.

Queria ser a brisa
Que refrigera a mente em cansaço profundo,
Combalida na prova
Quando a tristeza vem,
Queria ser a escora pequenina,
Que sustentasse os náufragos do mundo,
Para regresso a vida nova,
Pelas vias do bem.

Queria ser a força do silencio
Que verte do sorriso de brandura
A suprimir o incêndio da revolta
De quem desespera ou se maldiz;
Queria ser o beijo da alma boa
Que seca o pranto de quem se tortura,
Ante os golpes de lama
Da calunia infeliz.

Queria ser a prece que afervora
E alivia o doente,
Socorro, de algum modo, a retratar-se,
Queria ser, enfim, ao teu lado, Senhor,
Alguém que se olvidasse, inteiramente,
Dia a dia, hora a hora,
A fim de ser contigo, em toda parte,
Uma benção de amor.


Autora: Maria Dolores