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quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Refúgio

Às vezes, dizes, coração amigo:
- “Como guardar-me em paz, na agitação do mundo?
Tanto fel ao redor!... Tanta gente em perigo!...
Tantas tribulações sem que se saiba, a fundo,
De que modo evitar a invasão desmedida
Das nuvens de aflição que atormentam a vida!...”

E contigo outras almas no caminho
Padecem sob o impacto violento
Das lâminas brutais do sofrimento
Que lhes ferem o ser, desolado e sozinho...

Aqui, alguém lastima um coração querido
Que ficou para trás, exânime e caído
Em trágicos enganos;
Ali tombam, a golpes desumanos
Dos chamados engenhos do progresso,
Existências repletas de esperança,
Ante as brechas de sombra em que a morte se lança
Entre o ouro e o sucesso...

Dos recursos plebeus aos valores mais altos,
sobram as provações que chegam, de imprevisto,
No clamoroso misto
De sequestros e assaltos.

Nos lares em geral, sob múltiplos níveis,
As desvinculações de pessoas amadas
São lesões e feridas desatadas
Para as almas sensíveis.

Assemelha-se a Terra à nave firme e atenta,
Sob rude tormenta.

Entretanto, alma boa,
Em plena luta que te aperfeiçoa,
Podes deter a paz contigo, estrada afora,
Prendendo-te ao dever que em tudo nos melhora.

Todo trabalho são é lúcido recanto
Que se nos faz refúgio aprazível e santo.

Um lar para servir,
Um filho a proteger,
A nobre preleção enviada ao porvir,
A página a escrever,
Um doente a zelar,
O trecho musical que se tem a compor,
O campo a cultivar
E o serviço do bem que é mensagem de amor...
Tudo isso, na terra, é cobertura,
Sustentando o equilíbrio da criatura.

Se buscas, em verdade, a paz, no dia-a-dia,
Coloca a tua fonte de alegria
E todos os impulsos que são teus
No trabalho que o mundo te confia
Porque o trabalho é sempre uma Bênção de Deus.

Autora: Maria Dolores
 

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Resposta de Irmã

“Que fazer para entrar em serviço do Mestre?”
Eis a tua pergunta, irmã querida,
“Peço orientação, preciso renovar-me
Buscando nova vida ““.

E acrescentas: “De tudo na existência
Que já tenho notado, ouvido e visto,
Não encontrei ensino que supere
A grandeza do Cristo ““.

Irmã, nada me cabe responder-te.
O esplendor de Jesus fala por si,
E depois de aceita-Lo interiormente,
Tudo, no mundo, nos sorri.

Isso, porém, exige que O sigamos,
Das veredas da Terra aos fulgores do Além,
Consagrando-lhes o sonho, o amor e a vida
Na exaltação do Bem.

Sai de ti mesma, irmã, e estende algum amparo
Aos que gemem, ao léu, na noite fria,
Ouve a dor no lugar que apelidamos:
Periferia da periferia.

Em casebres de lata, enfermos vários
Rogam um caldo quente que os conforte
Ou um cobertor que lhes resguarde o corpo
E lhes evite a morte.

Vem até nós, pelas asas da prece.
Ninguém te pedirá prodígios em ação...
Aguardamos a ti paz e esperança
E um pedacinho de cooperação.

Vem até nós, buscando o Cristo Amado.
Em nossa legião há constante lugar...
Com Ele aprenderemos, cada dia,
A amar e compreender, servir e trabalhar.

Autora: Maria Dolores