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terça-feira, 15 de julho de 2025

A Vida

De tudo, ficaram três coisas:
 
A certeza de que estamos sempre recomeçando...

A certeza de que precisamos continuar...

A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...
 
Portanto devemos fazer da interrupção um caminho novo...
 
Da queda um passo de dança...
 
Do medo, uma escada...
 
Do sonho, uma ponte...
 
Da procura, um encontro...


Fernando Sabino

Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

terça-feira, 1 de julho de 2025

A Subida

Disse-nos o Senhor:
-“Quem quiser encontrar-me
Tome a sua cruz e siga-me onde eu for...”
E um homem que o seguiu, sem queixa e sem alarme

Observou que o lenho o constrangia...
Caminhou, mas não mais na antiga estrada,
A cruz era pesada
Na marcha, dia-a-dia...

Perdeu de vista a risonha paisagem,
Na qual usufruíra o amor de sua gente...
Precisava escalar rude montanha na viagem
E se reconhecia, a sós, agarrando-se à frente.

Embora a cruz lhe desse chagas e cicatrizes,
Conseguiu falar, fraternalmente,
Reconfortando, os tristes e infelizes...
Levantava os caídos,

Doava nova força aos fracos e aos doentes.
Consolava os leprosos esquecidos,
Regenerava os delinquentes...
Em muitos trechos da subida,

Tratavam-no por louco e davam-lhe pedradas...
Deprimiam lhe a vida...
Quanto insulto e suplício nas estradas!...
No entanto, ele subia...

Trazia o Cristo em luz na própria mente.
Não tinha acessos de melancolia
E, sim, uma alegria diferente...
Mas chorava, por vezes, de cansaço,

A sentir, sob os pés, o vigor dos espinhos.
Refazia-se, vendo o Azul do Imenso Espaço
E ouvindo a voz do Céu na voz dos passarinhos...
Alcançando, porém, o cimo da montanha

Notava-se lhe os pés rasgados e sangrentos,
E o corpo lacerado
De atrozes sofrimentos...
Mesmo assim, agradeceu ao Cristo Amado

A viagem temível...
Para atingir o topo de alto nível...
Chegando ali, porém, vê, com assombro e atenção,
Que a Terra já não tem com ele ou sobre ele

O poder de atração...
Sentia-se envolvido em súbita leveza,
Respirando, feliz, a paz da natureza...
Reconhece que o tronco vertical do grande lenho

Transformara-se em delicado engenho
E que os braços da cruz
Eram asas de luz...
Tentou andar, mas sem querer,

Na alegria que o invade,
O homem que seguira os passos do Senhor,
Planou além, no além, buscando a Imensidade
Inflamado de amor.

Autora: Maria Dolores

Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.