Mas, na copa que se
alteia,
Intromete-se a lagarta
Escura, disforme e
feia.
No tronco maravilhoso,
Folhas verdes, flores
mil...
O traço predominante
É a nota primaveril.
E basta uma só lagarta
De minúscula
expressão,
Por fazer, na árvore
toda,
Estrago e devastação.
De fato, o conjunto
verde
É nobre, forte e
preciso;
Mas, em todos os
detalhes,
Há sinais de prejuízo.
A lagarta rastejante,
Mostrengo em
miniatura,
Vai de uma folha a
outra,
Dilacerando a verdura.
As flores, embora
belas,
Perfumosas e garridas,
Aparecem deformadas,
Nas corolas
carcomidas.
O passeio da lagarta,
Que demora e
persevera,
Perturba toda
expressão
Da filha da primavera.
Por mais que enflore e
se esforce,
A árvore peregrina
Trai, aos olhos, a existência
Do verme que a
contamina.
Encontramos na lição,
Desse pobre vegetal,
O homem culto e
bondoso
Com o melindre
pessoal.
Há muitas almas na
Terra,
De feição nobre e
segura,
Mas o melindre é a
lagarta
Que as persegue e
desfigura.
Autor: Casimiro da
Cunha – Médium: Chico Xavier.
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